Esse
homem que anda devagar,
Insiste
em ver o céu na poça,
Entristece
a cidade, como quem morreu anteontem.
Se
hospeda em uma face velha,
Descansa
na sombra de suas lembranças,
E acredita,
no fundo do peito,
Que vida
essa, tão cruel e cansada,
Ainda
vai surpreender.
O cinza
do carro que passou
Trouxe aquele
calor que te faz agonizar,
Dessas
agonias pálida de viver.
Aquela
meia gastas, que se molha com o corpo
Massageia
o pé de esperança,
E tua
esperança é o que te faz continuar.
Que cansaço
dessa rua...
Que
desgasto desse homem...
Que
ainda vai
A pé,
Na fé.
Apertando
o passo e desconstruindo o compasso.
Um passo
a frente ou dois pro lado,
Tanto
faz se for ir...
Sonha,
caminha e sonha,
Que já é
sete e meia horas,
E seu
patrão já chegou.