sábado, 12 de julho de 2014

Era uma vez... ou ainda é...

Danyelle K. de Carvalho Costa, 22 anos, maranhense, dompedrense, atualmente loira, engraçada pra alguns, uma chata para outros, ariana, briguenta, metida a esperta, amada por uma mãe-avó como nenhum outro ser da terra, amando um moreno do cabelo enroladinho, mãe, com impulso desenfreado e louco a em busca da felicidade, e nova adulta...
Foi quando tudo começou. 
Depois de perder minha filha numa luta de quase 6 dias, me deparei com o maior branco de minha vida. E agoraSer mãe já estava em todos os meus planos, desde o que já era planejado aos possíveis imprevistos. Nos últimos tempos, era a única coisa que eu tinha certeza, e já era o meu futuro prometido. Não tive a sorte de ser mãe, e isso me afetou de forma que perdi toda a minha vontade para tudo. Passei um tempo na 'bad', e logo depois disso eu estava num desses momentos loucos da vida onde nada mais faz sentido. Acho que fiquei meio doida varrida por um tempo, e só depois de muito conselho e carinho dos que estavam por perto, é que resolvi tentar continuar.
 Devo dizer que bem antes de decidir ser mãe (sim, foi planejado), eu não tinha muita noção do que era o mundo, e o do que a vida tinha a me ensinar. É engraçado falar isso, já que quem me conhecia sabe como eu pude "aproveitar a vida" (ou o que eu achava que fosse aproveitar). Mas sem nenhuma dúvida, posso afirmar que o tempo em que eu pude ser mãe mudou tudo o que eu pensava saber sobre a vida, e sobre o que eu achava que era viver. 
Foi quando eu estava "voltando ao normal", que me caiu a ficha: eu sou adulta. Não pela minha idade acima dos 21 anos ou por já ter sido mãe, mas por saber que eu não sou mais uma criança a ponto de deixar que minha mãe resolva meus problemas, ou uma adolescente para esperar que as coisas aconteçam por si só. Eu era/sou uma mulher, e agora uma mulher adulta. E estava na hora de decidir: e agora, o que eu vou fazer da vidaDevo confessar que eu não sabia. Meus planos, meus sonhos, minhas vontades haviam mudado tragicamente a meses atrás e eu nem sequer sabia o que fazer. Como decidir o futuro do que nem se sabe o que querEu só lembro que planeava ser mãe, sonhava em ser mãe, e queria ser mãe, eu não tinha um plano 'b'.
Tive que olhar para trás e vasculhar meus sonhos mais escondidos e perdidos, meus sonhos despretensiosos da adolescência, onde só a vontade de ser me bastava. E a primeira coisa de que me lembrei de gostar era escrever. Sabe quando perguntam a uma criança o que ela vai ser quando crescer? - Eu quero escrever! Do tempo em que só se escrevia por escrever, pra expressar, pra desengasgar o sentimento acumulado do peito, ou pra limpar as lágrimas da alma. Era meu sonho mais audacioso, e que por tempos fora enterrado sob minhas escolhas. Uma vontade escondida de mim mesma, vezes por vergonha, vezes por medo de dar a cara a tapa, mas que em tempo é alimentada numa faísca de esperança acessa por um elogio qualquer. Eu gosto de escrever. Falar isso soa quase como um grito engasgado.
E isso é que eu quero dizer é, essa é a minha vontade, esse é meu sonho. Que decidi torna-lo real graças o apoio de meu marido e de alguns amigos. E minhas escolhas me levaram até aqui, e aqui decidi alimentar e torna esse desejo numa verdade. E é por isso que eu criei esse blog, que antes de mais nada, é sobre mim, como forma de exorcizar meu sonhos e minhas ideias guardadas no fundo da alma, e depois para realmente expressar o que eu penso, o que eu quero, o que eu sinto sobre determinados assuntos.
E é assim que eu espero que você o receba, com todo o carinho que se pode abraçar uma criança que acabou de nascer e que está, dia após o outro, crescendo e descobrindo a adulta que quer se tornar. Essa é a criança sou eu disfarçada de gente grande, e alimentada de um sonho, que agora começa aqui. Como diriam Luiz Galvão e Moraes Moreira: "mostrando como sou e sendo como posso".